Blog criado como espaço de encontro e provocações para que alunos dos cursos de licenciaturas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro aventurem-se na escrita, tornando-se autores de novas versões para histórias tradicionais e de histórias inéditas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A história de um Tatu-Canastra - Máximus (Thaiane)


Era uma vez um lugar maravilhoso no meio do cerrado, lá tinha um montão de bichos e plantas bonitas. Lá embaixo bem depois do lago dos buritis morava O Tamanduá Bandeira , num enorme bambuzal que lhe servia de toca. No lago haviam muitos peixes, como o tucunaré, a tilápia, o cará, e também moravam lá o Jabuti com toda sua família e também um monte de camarão sapeca. No campo o Lobo-guará passava as noites a traz das lobeiras, que são uns frutos de um arbusto cheio de espinhos, todos os animais sabiam que quando ele uivava bem alto Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu era porque tinha se espetado nesses espinhos.

Pássaros então têm tantos que às vezes eles se trombavam no ar. Os sanhaços-caboclos sempre saem acompanhados das esposas, já os João de barro, ficam cuidando da casa o dia todo, para os Sagüis não irem lá encher a paciência dos filhotes. Também tem o tucano, o Curiango, as Seriemas e tantos outros.

Mas o que tem pouco mesmo é o tal de Tatu-canastra. Só tem um, o Máximus o bichinho mais difícil de se ver nesse lugar (qual o nome desse lugar?). Ele passa o dia todo de baixo da terra em grandes túneis. As vezes ele sai de lá de dentro para buscar uma fruta para comer, mas isso é só de vez em quando. Ele faz isso tão demansinho que ninguém escuta seus passos, só vão perceber que alguém esteve ali por causa dos imensos buracos que ele deixa pelo chão. Já me disseram que cabe até gente dentro desses enormes buracos.

 A pesar de ficar lá de baixo o Máximos sabe de tudo que acontece por que ele escuta incrivelmente bem, ele também é muito esperto. Os outros bichos não o conhecem muito bem. Apesar de tímido e de não aparecer muito para os outros bichos, ele vive grandes aventuras junto com suas amigas. Alba, uma amphisbaena, é uma grande amiga, ela é muito tagarela e inquieta, quer saber de tudo, é muito corajosa também e sempre coloca o Máximus em confusão. Já a Cecília é uma Gmnofiona,ela não é muito agitada que nem a Alba, mas é genial para inventar planos para as aventuras dos três.

Apesar de ter amigos, Maximus se sentia sozinho muitas vezes, a Cecília e a Alba tem muitos irmãos e irmãs e uma família enorme, quando os pais delas a chamam ele acaba ficando sozinho. Máximus nunca soube o que aconteceu com a família dele, até o dia que estava cavando sozinho perto das raízes de um enorme Ipê e encontrou um bicho muito estranho. Quando o Máximos chegou perto o bicho disse:
- Timóteo, não é possível, é você?
Máximos sem entender quem era aquele bicho que ele não conhecia, e também que conseguiu confundi-lo com outro logo respondeu:
- Não! Não sou Timóteo, meu nome é Máximus. Quem é você e quem é Timóteo, não conheço ninguém com esse nome aqui!
Os dois conversaram muito e Máximus descobriu que aquele bichinho era uma de cigarra que ainda não havia saído da terra, já fazia pelo menos uns 15 anos que ela estava ali enterrada. Tanto tempo que chegou a conhecer os pais de Máximus. Timóteo era o pai dele.
- Agora que voe já sabe com quem te confundi deve estar muito curioso para saber sobre seus pais. Mas infelizmente também não sei deles, há alguns anos aconteceu uma grande queimada aqui, depois disso nunca mais soubemos deles. Eu nem sabia que você existia!! Na verdade meu caro, sua espécie está em extinção, não se vê mais tatus da sua espécie em qualquer lugar.
Neste dia Máximus ficou muito triste por não saber sobre seus pais, e por descobrir que está em extinção. Mas com o tempo percebeu que muitos animais vivem assim como ele e então foi esquecendo isso. Alba e Cecília também ajudavam bastante colocando Máximus em tantas confusões que em pouco tempo nem pensava mais nisso.

Num dia estavam os três conversando na toca do tatu, falavam sobre o quanto cada um conseguia cavar. Sempre competiam para ver quem chegava primeiro em algum lugar, quem achava primeiro alguma árvore, e diversas outras coisas. Sempre quem ganhava era o Máximus, mas mesmo assim eles continuavam brincando.

Máximus adorava contar as coisas que ouvia dos outros animais para as duas e eles se divertiam muito. Máximus sabia de muitos segredos.

- Sabem o cachorro vinagre? Outro dia escutei quando ele estava cavando aqui perto. Ele achou um monte de comida enterrada que um cachorro do mato que já não mora aqui deixou lá. De vez enquanto ele vem ali pega alguma coisa e faz o maior charme pra namoradinha dele falando que demorou horas para achar aquilo para ela. Pensei de pregar uma peça nele o que vocês acham?
A Alba foi a primeira a topar com o plano.
-Vamos sim!
E claro que Cecília já estava tramando o plano todo.
- Agente pode tirar os ossos e colocar outras coisas lá.

E era sempre assim, pregavam diversas peças em todos os animais das redondezas. 

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