Blog criado como espaço de encontro e provocações para que alunos dos cursos de licenciaturas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro aventurem-se na escrita, tornando-se autores de novas versões para histórias tradicionais e de histórias inéditas.

domingo, 4 de setembro de 2011

História da Raphaela


Um barulho incrível em Gáudio! A grande descoberta de Belinha.

Era uma vez, um dia lindo cheio de vida e cor, com sabor pra todos os gostos, na cidade de Gáudio! Lá viviam desde pássaros a tucunarés. As ruas tinham som de música clássica, mas com danças em todos os estilos. Uma mistura de tudo o que é tipo de alegria. Sem noite fria nem dia quente. Um equilíbrio perfeito para os moradores de Gáudio. Seria graça demais, para aqueles? Como pode existir um lugar tão maravilhoso? Talvez fosse só um sonho? Mas quem é o dono deste sonho? Bom, como não sei vou continuar a inventar!
Gáudio era sempre assim:  rua de flor amarela, rua de flor rosa. Rua de flor, laranja, rua de flor vermelha. Havia uma família de pássaros em cada árvore. E em cada casa possuía um par de animais de espécies diferentes. Na da Ana, tinha um casal lindo de porquinhos da índia, na do André, havia um par de coelhos, na da Onofra, um casal de gatinhos, branquinhos e fofinhos. E em todas as casas podia-se aprender um pouco sobre natureza.
Certa vez, uma garotinha chamada Belinha que morava na rua de cor laranja, e que tinha um par de jabotis, resolveu dar uma volta em seu bairro com sua bike nova (que havia ganhado em seu aniversário no mês passado). Ela andou, andou e andou, até cansar as pernas e não conseguir mais subir e descer os morros de Gáudio. Então, belinha quase já sem fôlego e com muita sede, parou no lago da dona Jandira (uma charmosa jacaré). Meio sem jeito, devido às canseiras das pedaladas, sussurrou por Jandira.
- Jaandííííííííra. Oh dona Jandííra posso beber um pouquinho da sua água?
Jandira, sem hesitar-se, levantou sua cabeça cautelosamente, e disse:
- Claro belinha, mas cuidado não fica ai perto desse canto não.
-Uai, porque dona Jandira?
-É que botei meus ovos ai, estou aguardando eles me chamarem para que eu possa ajudá-los a nascerem.
-Dooonaaa Jaaanrííííraaa, a senhora está esperando filhotinhos, que lindo! Mas espera ai, a senhora disse que eles iriam te chamar? Dona Jandira, ovos não falam. A senhora tá ficando velinha já né, dona Jandira. Tadinha, tá ficando “lélézinha da cuca”.
- Oh, sua menina, tenha mais respeito com os mais velhos. Eu num to ficando “lélé da cuca” não. Meus filhotes me chamam quando estão pra sair da casca, e eu vou pra ajudá-los. Foi assim e sempre será assim que meus bebezinhos nascerão. Uma forma que nossa espécie encontrou para  se adaptar a tantas modificações do mundo de hoje. Fique você sabendo que funciona, tá.
-Mas dona Jandira, como eles te chamam?
- É simples, eles fazem ziiipppiiiiiziiiippppp três vezes ai eu sei que são eles, e vou ajudá-los a saírem da casca.
- Mas são só as mãezinhas que ouvem? Será dona Jandira, que eu também consigo ouvir?
- Se você prestar bastante atenção é possível!
Belinha então ficou com aquela ânsia de ouvir o som incrível dos filhotinhos de Jandira. Será que Belinha vai ouvir?
Então, aproximando-se dos ovos, passa a passo, belinha se abaixou cautelosamente com o desejo de ouvir o barulho. E...
- Nossa, que sinfonia! Dona Jandiiiiiiiiira, venha logo eles estão te chamando! Eu estou ouvindo.
Belinha ficou tão encantada com a descoberta que contou a todos da sua cidade o havia acontecido. 

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