Blog criado como espaço de encontro e provocações para que alunos dos cursos de licenciaturas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro aventurem-se na escrita, tornando-se autores de novas versões para histórias tradicionais e de histórias inéditas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

História Mayara

Olá, vou contar uma história diferente, que se passa em um lugar diferente, com plantas diferentes e com personagens diferentes. Essa é a minha história, a história de um ornitorrinco. Provavelmente vocês não devem me conhecer, normal, não sou famoso como os leões africanos e os ursos americanos, eu sou da Oceania, sabe onde é? Acho que não, estão vamos começar nossa historia daí.
Na longínqua Austrália, na Oceania, bom ela fica perto... Ali do lado da..., é melhor eu mostra no mapa. Na região onde moro, o clima é assim como o do Brasil, uma enorme floresta fechada com arvores alta e temperatura muito quente. Nesse lugar bem simpático, em minha opinião, começa minha história, mas como eu disse, ela começa de um jeito diferente, geralmente, as historias que vocês ouvem começa num lindo dia, o meu começa na pior tempestade que a Austrália já encarou. Nesse dia minha mamis, dona Ornitorrinca, se ausentou do ninho, na beira do rio, onde eu e meu irmão estávamos, porém meu irmão e eu não ficamos no ninho, com o vento e a chuva fomos jogados corredeira a baixo, com a turbulência do rio, fomos separados. Eu desci a corredeira a baixo e desviei das pedras e galhos, como um milagre, por fim algo me parou era quente e peludo, como minha mãe....mas não era minha mãe! Era um bicho grande (ou será que parecia grande porque era maior que eu?) e me segurou bem firme. Em terra firme, molhado e tossindo, vi que meu irmão também havia sido resgatado e estava a se espanar todo para tirar o excesso de água, como eu. Meu coração parecia um tambor maluco! Aos poucos, enquanto eu me desassustava, comecei a reparar nos heróis que nos salvaram ao meu irmão e a mim. E eles também estavam a reparar em nós dois, e diziam: "Que bichos esquisitos são esses?" (A vozinha deles era de criança, pensei, este bichão ainda vao crescer mais!). Daí o primeiro deles, o que salvou meu irmão e possuía um bico disse: "É uma ave, Cangu, veja o bico". (Cangu será diminutivo de quê?, pensei eu). "Ah, que nada, se fosse ave tinha pena, mas tem pêlos, como euzinho! Repara só!", entre os olhares curiosos, eu me perguntava o que eles eram também. Delicadamente me colocaram  ao lado do meu irmão, eu me chacoalhei todinho para tirar o excesso de água, e o abracei fortemente.
Aqueles dois seres continuavam ali, como se esperassem algo. Meu irmão corajosamente pergunta a eles “quem ou o que são vocês?”...depois de uma longa risada, o bicho peludo responde “Eu sou Cangu, o canguru vindo do centro da Austrália” e o animal bicudo responde “eu sou Simon, o emu, vindo também do centro da Austrália, e o que são vocês?” eu e meu irmão ficamos calados observando aquela enorme ave cinza cheia de penas felpudas e um bicho pernudo, orelhudo e com um rabo enorme...por um tempo o silencio permaneceu ali, e eu falei “sou Orni, o ornitorrinco e vim da grande mata e esse é meu irmão Tobi”, logo reparei que não me encontrava perto da grande mata, e que precisávamos voltar pra ela, mas como? De um lado um rio cheio de pedras do outro um enorme deserto de pedras...o Cangu reparando na minha preocupação, pergunta “o que te incomoda amiguinho?” eu logo conto nossa historia a eles, e eles resolvem nos ajudar.
Simon era especialista em Austrália, pois ele é uma ave corredora, e já havia passado por diversos lugares desse país imenso, claro pra mim é imenso, eu sou pequititinho, o emu disse que era bem difícil chegar a grande mata, deveríamos pedir a sabia opinião da equidna, para que chegássemos à grande mata o mais rápido possivel...eu logo disse “então manim, vamos começa a andança...” Cangu e Simon logo se colocaram a disposição para ajuda, e convenhamos, foi muito bem vinda e útil...meu irmão, subiu nas costas de Simon e eu na bolsa do Cangu, foi a coisa mais LEGALLLL q eu já fiz...pular com um canguru, alguém já fez isso? Se não, não sabe o q perde... Deixo essa dica...mas voltando a história, e alguns minutos de pulança e correria, chegamos a montanha da equidna, a principio o lugar era alto e meio assustador, porem começamos a escalada sem medo, Cangu foi a frente pois era mais rápido pulando de pedra em pedra, eu e meu irmão logo atrás e o Simon, com dificuldades muuuuiiitoo lá atrás, em alguns longos minutos chegamos ao topo, e a única coisa q víamos era uma casa com uma bola de espinhos na frente, porem a bola de espinhos se mexeu e logo vii, uma coisa espinhuda com um focinho longo e olhos bem pequenos, que com uma voz gentil pergunta “no que posso ajuda-los?” Cangu, com um enorme sorriso pergunta o trajeto da grande mata, e a sabia equidna, para por uns minutos e responde, “siga sempre o Sol, passe pelo deserto de rochas, pelo vale do diabo e pelo campo Kiwi, assim você chegará a grande mata, porem tomem cuidado com os desafios que nesses lugares se encontram...” sem mais embolação começamos a nossa jornada.
Depois de caminhar horas chegamos ao deserto rochoso, um ar pesado e medonho, plantas secas e cheias de espinhos e do nada um barulho de chocalho, ao percebermos um monte de cobras nos rodeada olhando com cara faminta, nos estávamos cercados, e ao piscar de olhos elas começaram um ataque, era cobra vindo de todos os lados...sem mais enrolar eu e meus amigos, demos um jeitinho nelas, com o super pés do Cangu, o bico forte do Simon e minha unha venenosa, parte mais legal de mim, acabamos com elas e demos o fora daquele lugar, e caímos em um lugar mais escuro ainda, onde um som tenebroso suava...como se um bicho enorme morasse lá...sim, estávamos no vale do diabo, escuro, frio e assustador, ouvimos uma passada rápida atrás de nós, assustados corremos o máximo que podíamos, ate encontrar uma luz, quando chegávamos perto dela, um bicho enorme, preto de olhos vermelhos caiu na nossa frente, um diabo da tasmânia, um bicho cheio de dentes, babando de fome, nos encarando...como se fosse nossos últimos dias...o que fazer naquela situação? Só restava uma coisa, rezar...e deu certo, quando nos sentamos e rezamos uma pedra enorme caiu na cabeça do bicho, era a senhora equidna que havia nos seguido ate lá, ela disse rindo vergonhosamente “sabia que esqueci de te fala sobre o diabo...” rapidamente saímos daquele lugar sombrio e um grande gramado verde e brilhante surgiu...era lindo e logo do outro lado já era possível ver a grande mata, aquele era o campo Kiwi, não parecia ser perigoso ate que no primeiro passo, um kiwi nos surprende, uma ave pequena e gordinha, com um bico fino, passa correndo na nossa frente, minha mãe já tinha nos falado sobre esses bichinhos eles nunca param de correr, e se eles batem em você pode machucar muito...quando menos esperávamos um monte deles estavam correndo por todos os lados...assustados nos corremos também, foi a coisa mais loca do mundo, era kiwi pra todos os lados, foi como brinca de queimada, não podia deixar aquelas coisinhas nos acertarem se não já era...em algumas horas de desviação conseguimos chegar ao fim do campo e a grande mata estava linda como sempre.
Em poças horas de caminhada, por ela encontramos mamis, sentada chorando no ninho, quando ela nos viu, o abraço foi certo, o melhor abraço que já tinha recebido dela, contamos toda nossa aventura a ela e ao ver Cangu e Simon, convidou eles para comer uma deliciosa torta de amoras selvagem, especialidade da mamis...e aqui termina essa aventura, te disse que ia ser diferente! Espero que tenham gostado, pois pra mim, foi muito divertida...ate mais turma...

Era domingo. Um domingo muito bonito por sinal, daqueles que o sol brilha sem dó, que o galo canta mais alto e mais bonito e parece que as plantas estão mais verdes, que os animais estão sorrindo e que todo mundo ta mais feliz, sem contar a água de lagoas e rios que parece muito mais cristalina. Pois bem, foi num domingo mágico assim que a dona Florieta, uma galinha muito formosa  viu seus pintinhos nascerem, no sítio do Sr Nelson, um senhorzinho divertido e dedicado. Nasceram durante o dia treze pintinhos, o penúltimo a quebrar a casca foi chamado de Caçula e o último de Caçulinha. Apesar de Caçulinha ter sido o último a nascer, Caçula era sempre o mais atrasado de todos, seus irmãos o achavam distraído demais, talvez ele fosse apenas mais observador que os outros. Caçula adorava a natureza, observava tudo no sítio do Sr Nelson, na verdade ele queria era ser biólogo, pra estudar toda vida existente na Terra e não só o que ele via no sítio mas seus irmãos não entendiam isso.
Chegou o dia do primeiro passeio, todos ficaram empolgadíssimos, Caçula mais ainda, (como esse pintinho era curioso). A dona Florieta saiu na frente e seus pintinhos atrás, em fila, acompanhando sempre a mamãe para não se perderem. “Ainda bem que o Caçula não é último da fila”, pensou Florieta, que organizou a fila de acordo com a ordem de nascimento; seu medo era que perdesse Caçula durante o passeio.
Dona Florieta passou pelo curral, deu bom dia aos bois e as vacas. Passou pelo chiqueiro e teve um dedinho de prosa com a Dona Maria Margarida, uma porquinha muito jeitosa que sempre deixava dona Florieta a par das fofocas do sítio. A mamãe galinha também visitou as outras galinhas, os cavalos, disse ‘oi’ aos sabiás e seguiu para o lugar mais esperado: o riacho do sítio. Mas esse lago não ficava pertinho não, era preciso ter cuidado até chegar lá, mas Dona Florieta não queria que seus pintinhos fossem chamados de ‘pintinhos de granja’ pelos pintinhos das outras galinhas, isso seria uma ofensa, todos eles deveriam saber sobreviver e conhecer toda a propriedade.
Eles passaram por montanhas, ‘mata-burros’, pastos, por uma plantação de cana, por uma de café e por uma de milho além de atravessar a mata ciliar do riacho, que tinha até troncos de árvores grandes que tiveram que pular. Essa parte foi a mais engraçada, tiveram que fazer uma escada com seus próprios corpos, um pintinho em cima do outro, para conseguirem passar para o outro lado e a dona Florieta observava tudo, sem ajudar, já que seus pintinhos tinham que ser fortes e saberem sobreviver sozinhos. Depois de muitos tombos, risadas, empurrões, broncas e etc. conseguiram chegar ao outro lado. “Que maravilha” pensou toda a prole. Dona Florieta ficou satisfeitíssima, mas não gostava de demonstrar, ela é do tipo ‘linha dura’ que acha que elogios de mais estragam os filhos. Durante todo o percurso não se ouvia a voz de Caçula e nenhuma demonstração de comunicação com os demais. Sabe o que ele ficava fazendo? Observando tudo, desde cada formiguinha até as aves que passavam no céu. Caçula tinha muitas perguntas, ele queria saber como as abelhas faziam o mel, porque as galinhas tem penas e asas e não voam, porque o céu é azul e porque o pai dele tem 10 esposas. 
FIM

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