Blog criado como espaço de encontro e provocações para que alunos dos cursos de licenciaturas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro aventurem-se na escrita, tornando-se autores de novas versões para histórias tradicionais e de histórias inéditas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

História Mayara

Olá, vou contar uma história diferente, que se passa em um lugar diferente, com plantas diferentes e com personagens diferentes. Essa é a minha história, a história de um ornitorrinco. Provavelmente vocês não devem me conhecer, normal, não sou famoso como os leões africanos e os ursos americanos, eu sou da Oceania, sabe onde é? Acho que não, estão vamos começar nossa historia daí.

domingo, 25 de setembro de 2011

A história de um Tatu-Canastra - Máximus (Thaiane): parte II e será que acabou?

Era uma vez, um lugarzinho mágico, bem no meio do cerrado, lá moravam um montão de bichinhos. Neste lugar havia muitas árvores e plantas bonitas, havia também um rio bem grande e cheinho de peixes: tucunarés, tilápias, carás, lambaris, e muitos outros...

Lá embaixo bem depois do lago dos buritis morava um tamanduá Bandeira, num enorme bambuzal que lhe servia de toca. Ele passava horas e horas se alimentando nos formigueiros que ficavam ali por perto, porque sua refeição favorita são as formigas! Ele era enorme um dos maiores tamanduás que existia por lá, sua calda era enorme e parecia mesmo uma bandeira. Ela mexia para um lado e para o outro deixando todos hipnotizados com tanta beleza. O tamanduá não tem dentes, é muito engraçado um bicho deste tamanho sem dentes. Ele tem uma língua enorme muito gosmenta, com ela consegue pegar as formigas.

No campo o Lobo-guará passava as noites procurando lobeiras, que são uns frutos de um arbusto cheio de espinhos. Na verdade era uma loba, ela era muito elegante. Parecia uma dama de vermelho com luvas pretas bem longas. Quando ela caminhava mostrava suas longas patas e mais parecia que estava desfilando. Todos os animais sabiam que quando ele uivava bem alto Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu era porque tinha se espetado nesses espinhos da lobeira.

Pássaros então têm tantos que às vezes eles se trombavam no ar. Os sanhaços-caboclos sempre saem acompanhados das esposas, já os pássaros João de barro ficam cuidando da casa o dia todo, para os Sagüis não irem lá encher a paciência dos filhotes. Também tem o Tucano, o Curiango, as Seriemas e tantos outros.

Mas o que tem pouco mesmo é o tal de Tatu-Canastra. Só tem um, o Máximus o bichinho mais difícil de ver por lá. Ele passa o dia todo debaixo da terra cavando grandes túneis. Às vezes ele sai de lá de dentro para buscar uma fruta para comer, mas isso é só de vez em quando. Ele sai tão de mansinho que ninguém escuta seus passos, só vão perceber que alguém esteve ali por causa dos imensos buracos que ele deixa pelo chão. Já me disseram que cabe até gente dentro desses enormes buracos.

Apesar de ficar lá em baixo o Máximos sabe de tudo que acontece por que ele escuta incrivelmente bem, ele também é muito esperto. Os outros bichos não o conhecem muito, mas ele conhece todos por que escuta tudo que acontece. Ele tem grandes orelhas e uma calda bem grandona. O Máximus tem um casco muito forte que o protege de baixo da terra, e para cavar tem uma unha muito forte e que parece uma picareta de tão grande! Ele é musculoso e bem forte por fazer tanto exercício cavando de baixo da terra.
Apesar de tímido e de não aparecer muito para os outros, ele vive grandes aventuras junto com suas amiguinhas que também gostam de cavar túneis, só que bem menores que os do Máximus.

Uma delas é a Alba, uma amphisbaena. Ela é um tipo de lagarto só que não tem patas, afinal de que lhe serviriam as patas de baixo da terra? Mesmo sem patas a Alba é muito forte e consegue cavar túneis bem rápido, ela é bem espertinha e adora brincar. Ela engana todo mundo andando para frente e para traz e confundindo todo mundo com sua calda que é muito parecida com sua cabeça. E por causa disso tem muita gente que a chama de Cobra de duas Cabeças, mas ela não é uma cobra e nem tem duas cabeças. É uma grande amiga, ela é muito tagarela e inquieta, quer saber de tudo, é muito corajosa também e sempre coloca o Máximus em confusão.

Já a Cecília é uma Gimnofiona, ela é bem mais calma que a Alba, mas é genial para inventar planos para as aventuras dos três. Ela é muito bonita! Seu corpo é todo azul escuro circulado por anéis azuis claro, mas quando ela ficar bem adulta e tiver filhinhos algumas vezes ela vai ficar cinza! É por que as fêmeas, da espécie da Cecília, alimentam os filhotes recém-nascidos pela sua pele, que fica bem grossa e muda de cor e tem todos os nutrientes que eles precisam. A Cecília já não faz mais isso por que já está bem crescidinha e agora come sozinha, mas alguns irmãozinhos dela ainda estão com sua mãe. Apesar de ela ser mais velha os pais de Cecília são muito protetores. Ela gosta muito de água e sempre chama o Máximus e a Alba para irem próximo do lago onde ela se diverte muito.

Apesar de ter amigos, Maximus se sentia muito sozinho às vezes. A Cecília e a Alba tem muitos irmãos e irmãs e uma família enorme, quando os pais delas a chamam ele acaba ficando sozinho. Máximus nunca soube o que aconteceu com a família dele, até o dia que estava cavando sozinho perto das raízes de um enorme Ipê e encontrou um bicho muito estranho. Quando o Máximus chegou perto o bicho disse:

- Timóteo, não é possível, é você meu grande amigo?

Máximos sem entender quem era aquele bicho que ele não conhecia, e também que conseguiu confundi-lo com outro logo respondeu:

- Não! Não sou Timóteo, meu nome é Máximus. Quem é você?  Timóteo era meu pai! Mas ele e minha mãe desapareceram à muito tempo quando eu ainda era filhotinho!

Os dois conversaram muito e Máximus descobriu que aquele bichinho era uma espécie de cigarra que ainda não havia saído da terra, já fazia pelo menos uns 15 anos que ela estava ali enterrada. Tanto tempo que chegou a conhecer os pais de Máximus,  Timóteo e  Mariazinha.

- Agora que você já sabe com quem te confundi deve estar muito curioso para saber sobre seus pais. Mas infelizmente também não sei deles, há alguns anos aconteceu uma grande queimada aqui, depois disso nunca mais soubemos deles. Eu nem sabia que você existia!! Na verdade meu caro, sua espécie está em extinção, não se vê mais tatus da sua espécie em qualquer lugar.

Neste dia Máximus ficou muito triste por não saber sobre seus pais, e por descobrir que está em extinção e que seria muito difícil ele encontrar uma namorada. Mas com o tempo percebeu que infelizmente muitos animais vivem assim como ele e então foi esquecendo isso. Alba e Cecília também ajudavam bastante colocando Máximus em tantas confusões que em pouco tempo nem pensava mais nisso.

Num dia estavam os três conversando na toca do tatu, falavam sobre o quanto cada um conseguia cavar. Sempre competiam para ver quem chegava primeiro em algum lugar, quem achava primeiro alguma raiz de árvore, e diversas outras coisas. Sempre quem ganhava era o Máximus, mas mesmo assim eles continuavam brincando.

Máximus adorava contar coisas que ouvia dos outros animais para as duas e eles se divertiam muito. Máximus sabia de muitos segredos.

- Sabem o cachorro Vinagre? Outro dia escutei quando ele estava cavando aqui perto. Ele achou um monte ossos que um cachorro do mato que já não mora aqui deixou lá. De vez enquanto ele vem ali pega algum e faz o maior charme pra namoradinha dele falando que demorou horas para achar o osso para ela. Pensei de pregar uma peça nele o que vocês acham?

A Alba foi a primeira a topar com o plano.
-Vamos sim!

E claro que Cecília já estava tramando o plano todo.
- Agente pode tirar os ossos e colocar outras coisas lá.

E foi assim que fizeram, o coitadinho do Vinagre passou muita vergonha quando cavou e não encontrou mais ossos para sua namoradinha...

E era sempre assim, pregavam diversas peças em todos os animais das redondezas. E como se divertiam em saber que ninguém saberia que foram eles que tramaram aquilo. Na verdade poucos animais da floresta sabiam que eles existiam ali, pois apesar de muito brincalhão eles não saiam de baixo da terra, tinham receio de não serem bem recebidos e por isso preferiam viver ali sozinhos.

Num dia os três decidiram fazer um piquenique bem longe dali, pois assim poderiam sair de baixo da terra sem que ninguém mais os visse, poderiam comer muitas frutas e comidas diferentes. Eles foram muito muito longe. E como cada um gostava de uma coisa diferente ficou cada um em um lugar. O Máximus adorava comer abacate e foi logo procurando pra todo lado um abacateiro para se deliciar com os frutos. Para Alba a maior felicidade era quando encontrava um cupinzeiro para se fartar de cupins, isso para ela era melhor que sorvete de creme com cobertura de chocolate! Cecília desde quando saíram da floresta só falava no lago, queria ficar perto da água em alguma sombra gostosa.

Já estavam se divertindo fazia um tempo, mas de repente algo tirou a atenção de todos. Alguma coisa estranha estava acontecendo. Máximus perguntou de longe:

- Vocês estão escutando este barulho? Nunca escutei isso antes, parece que alguma coisa está quebrando.
Alba e Cecília pararam por um instante para tentar saber do que Máximus estava falando, mas não escutaram nada.
- Máximus, eu não estou escutando nada, mas estou sentindo um cheiro bem diferente, talvez seja o vento que está trazendo isso. Apesar de não escutar nada de diferente Cecília ficou bem atenta por que seu amigo não era de errar.
- Eu nem escutei nem senti cheiro de nada, mas acho que devíamos voltar. Estou sentindo um calor insuportável aqui! E não estou gostando. Disse Alba que mesmo sendo muito corajosa e aventureira não queria mais ficar ali sabendo que Máximus ouvirá algo estranho. Estavam muito longe de casa e se algo de ruim acontecesse o que fariam?  Alba ainda nem havia terminado de pensar quando ouviu um grito desesperado:
-Saiam logo daqui seus malucos, não vêem que a floresta está pegando fogo! SE não fugirem serão devorados pelas chamas!! Vão corram, corram!
Os três ficaram todos perdidos, não sabiam quem estava gritando aquilo. Cada um correu para um lado, mas ninguém achava a toca do Tatu para voltarem! O fogo já estava chegando até eles quando a voz gritou novamente:
-Vamos, sigam o barulho do meu chocalho que vocês vão achar um bom esconderijo!!!!
Máximus, Alba e Cecília correram de encontro com a voz que os chamava, enquanto procuravam sentiam um calor enorme em volta deles, e o barulho do fogo queimando as árvores era assustador. As arvores pareciam gritar enquanto queimavam.
Quando todos já estavam dentro da toca a salvo queriam saber o que estava acontecendo.
- O que está acontecendo!!!! Gritaram os três como se fosse ensaiado.
- A floresta está pegando fogo! Respondeu a Cascavel que havia salvado os três.
- Quem é você? Perguntou Alba
- Sou uma cobra Cascavel, tenho um chocalho na ponta da cauda, usei ele para vocês conseguirem encontrar a toca.
- Dona Cascavel, muito obrigada! Mas e agora o que faremos? Não podemos mais sair da qui? Perguntou Cecília.
- Olhem não sei o que faremos, estamos de baixo de uma floresta em chamas, e logo aqui em baixo também estará muito quente. Acho melhor irmos seguindo pelos túneis e tentar sair em um lugar que ainda não esteja queimando.
- TEMOS QUE AVISAR AOS OUTROS ANIMAIS!!! Gritou Máximus desesperado ao se lembrar que todos os outros animais ainda não sabiam o que estava acontecendo, e o fogo os pegaria de surpresa.
- Máximus vamos correr pelos túneis até lá!
Todos os três foram correndo de volta para onde moravam, a Dona cascavel seguiu por outro túnel que daria próximo ao lago.
Quando chegaram de volta na floresta onde moravam, Máximus percebeu que de lá ouvia o mesmo som que antes, que agora ele sabia que era o barulho do fogo. Estava mais baixo, mas logo estaria lá.
Então Máximus começou a gritar desesperadamente:
- O fogo está vindo! O fogo está vindo! Fujam! Fujam! O fogo está vindo!!!
Mas os animais não estavam entendendo o que estava acontecendo e foram se aproximando. Não conheciam aqueles animais, e ficaram curiosos.
- Quem são vocês? Perguntou o Cachorro Vinagre.
- Isso não importa agora, uma grande queimada está se aproximando. Ela vai destruir tudo aqui. Vocês tem que fugir.
O Vinagre e todos os outros animais que já estavam ao seu redor entraram em desespero. O lugar onde moravam era cercado por um lado por um grande rio e por outro por uma montanha cheia de rochas. Não teriam escapatória. Não demorou muito para que alguns começarem a chorar de tanto medo. O Gato morisco estava desesperado e gritava:
-E agora vamos todos morrer aqui engolidos pelo fogo! Eu não tenho sete vidas, Socorrooooo!
Na verdade estavam todos desesperados
 Foi quando Cecília saiu da toca com muita vergonha, se aproximou e disse:
- Eu tenho um plano!
Todos olharam para ela com a mesma cara de espanto que olharam para Máximus, e ela continuou.
- Somos animais que moramos de baixo da terra. Se conseguirmos colocar todos vocês aqui em baixo talvez fiquemos a salvo. Cecília terminou de dizer e esperava a resposta de alguém.
- Isso não vai dar certo! Como vamos caber todos? Perguntou o Tamanduá.
Máximus se lembrou da estória de seus pais e sobre a queimada. Ele não poderia deixar que aqueles animais se ferissem.
-Eu vou cavar um grande túnel, se todos me ajudarem dará certo! Temos que tentar!
Máximus nem esporou nenhuma resposta e enfiou o focinho na terra cavando desesperadamente, Cecília e Alba fizeram o mesmo. Todos os outros animais começaram a ajudar de alguma forma. O cachorro Vinagre, o Tamanduá, a Loba-Guará começaram a cavar também. Os outros animais que não conseguiam cavar saíram avisando aos demais sobre o plano. Logo já havia se formado uma fila enorme de animais esperando para poderem entrar no túnel. Enquanto esperavam todos comentavam na fila:
- Quem será esse animal corajoso que está fazendo isso?
- Dizem que é um Tatu canastra, nunca vi um desses por aqui! Disse o ouriço.
- O que é um tatu papai? Perguntou o filhotinho de ouriço Cacheiro
- Eu não sei direito, mas ele é um mamífero como nós só que vive de baixo da terra cavando. Deve estar em extinção por que nunca vi nenhum por aqui.
Conforme a fila de naimais conseguia ir entrando no túnel o medo da quimada diminuía e a curiosidade de conhcecer os heróis aumentava. Mas enquanto isso Máximus, Alba e cecília estavam a frente cavando com toda a força que tinham para conseguirem salvar todos.
Eles conseguiram cavar um turno enooorme por de baixo do rio, e saíram do outro lado dele. Todos animais foram passando. O rio não deixaria a queimada chegar até eles.
Quando já estavam todos a salvo, o medo havia passado mas curiosidade não.
Os animais queriam saber quem foi o tão destemido animal que conseguiu salvar a todos.
Máximus assim como suas amigas, estava exausto. Eles estavam comemorando a proesa que conseguiram enquanto todos os outros animais foram formando um circulo envolta deles, curiosos para saber quem eram aqueles bravos heróis.
A cascavel chamou a atenção de màximus chocalhando seu chocalho.
- Tchatchátcha. Máximus estamos todos aqui querendo agradecer a você e suas amigas por trem salvo nossas vidas.
Máximus parou por um instante e parecia olhar para o horizonte, quando disse:
São tantos animais assim? Não posso ver nenhum.
Todos os animais ficaram sem entender. O que gerou o maior alvoroço.
- Como assim?
- É que somos cegos! Só consigo escutá-los e sentir os seus cheiros. Mas agora prestando mais atenção percebi que tem mesmo muitos animais aqui. Consigo sentir que a loba-guará está ali logo perto do pé de pequi, também estão o cachorro Vinagre, os Ouriços, o Tamanduá... E continuou até identificar todo mundo que estava lá.
Ninguém falava uma palavra, estavam todos admirados com aquilo. Como um animal que não enxerga poderia fazer tudo aquilo!!!!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Congresso Internacional "entre" micróbios (história Sandra)

A luta pela vida...

Enquanto a raça humana combate entre si mesma, brigando por terras e por recursos cada vez mais escassos, a vantagem está com os micróbios...

Congresso internacional entre os micróbios.

Em algum laboratório terrorista...

Vocês têm que se especializar sempre, veja o exemplo do que acontece com o vírus da influenza ele tem características próprias que lhe permitem mudar continuamente, escapando ao reconhecimento de várias vacinas.

Temos de fazer isso Lassa? Perguntava Ebola.

Lógico! Precisamos nos preparar para a próxima peste. Daqui alguns séculos com os avanços da Medicina serão raros encontrar algum humano doente. Necessitamos aprender a viver numa aldeia globalizada! Ebola e HIV escutavam atenciosas as explicações de Lassa.

Vivemos em guerra constante com os humanos? Pergunta o vírus HIV.

Uma luta de vida e de morte entre nós micróbios e os homens, nesse terreno, os pesquisadores despontam como "heróis salvadores" de agrupamentos humanos, eles são nossos piores inimigos.

Existe alguma estratégia de combate contra eles? Pergunta outros vírus presentes.

Sim, alguns termos como "bomba biológica", "guerra bacteriológica", "supervírus", "superepidemia", "biodefesa" e, naturalmente, "bioterror" passaram a ser de usos corriqueiros entre as grandes nações do planeta e todas elas podem levar à morte dos infectados. E é por meio destes projetos que estamos reunidos aqui hoje. Explica a palestrante da noite.

E o mais legal de tudo isso caros colegas, é que não existe um plano abrangente de defesa contra esses ataques entre eles! Acrescenta outro doutor da viruslogia.

Poderemos ganhar nesta luta Doutor Marburg? Pergunta uma bactéria insistente.

Claro! O futuro da humanidade pode estar próximo e o melhor com a participação da ciência!


Enfim, a humanidade vai ter de mudar sua perspectiva sobre seu lugar na ecologia da Terra, ou aprendemos a viver em sociedade ou seremos extintos pelos evoluídos micróbios.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

A história de um Tatu-Canastra - Máximus (Thaiane)


Era uma vez um lugar maravilhoso no meio do cerrado, lá tinha um montão de bichos e plantas bonitas. Lá embaixo bem depois do lago dos buritis morava O Tamanduá Bandeira , num enorme bambuzal que lhe servia de toca. No lago haviam muitos peixes, como o tucunaré, a tilápia, o cará, e também moravam lá o Jabuti com toda sua família e também um monte de camarão sapeca. No campo o Lobo-guará passava as noites a traz das lobeiras, que são uns frutos de um arbusto cheio de espinhos, todos os animais sabiam que quando ele uivava bem alto Auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu era porque tinha se espetado nesses espinhos.

Pássaros então têm tantos que às vezes eles se trombavam no ar. Os sanhaços-caboclos sempre saem acompanhados das esposas, já os João de barro, ficam cuidando da casa o dia todo, para os Sagüis não irem lá encher a paciência dos filhotes. Também tem o tucano, o Curiango, as Seriemas e tantos outros.

Mas o que tem pouco mesmo é o tal de Tatu-canastra. Só tem um, o Máximus o bichinho mais difícil de se ver nesse lugar (qual o nome desse lugar?). Ele passa o dia todo de baixo da terra em grandes túneis. As vezes ele sai de lá de dentro para buscar uma fruta para comer, mas isso é só de vez em quando. Ele faz isso tão demansinho que ninguém escuta seus passos, só vão perceber que alguém esteve ali por causa dos imensos buracos que ele deixa pelo chão. Já me disseram que cabe até gente dentro desses enormes buracos.

 A pesar de ficar lá de baixo o Máximos sabe de tudo que acontece por que ele escuta incrivelmente bem, ele também é muito esperto. Os outros bichos não o conhecem muito bem. Apesar de tímido e de não aparecer muito para os outros bichos, ele vive grandes aventuras junto com suas amigas. Alba, uma amphisbaena, é uma grande amiga, ela é muito tagarela e inquieta, quer saber de tudo, é muito corajosa também e sempre coloca o Máximus em confusão. Já a Cecília é uma Gmnofiona,ela não é muito agitada que nem a Alba, mas é genial para inventar planos para as aventuras dos três.

Apesar de ter amigos, Maximus se sentia sozinho muitas vezes, a Cecília e a Alba tem muitos irmãos e irmãs e uma família enorme, quando os pais delas a chamam ele acaba ficando sozinho. Máximus nunca soube o que aconteceu com a família dele, até o dia que estava cavando sozinho perto das raízes de um enorme Ipê e encontrou um bicho muito estranho. Quando o Máximos chegou perto o bicho disse:
- Timóteo, não é possível, é você?
Máximos sem entender quem era aquele bicho que ele não conhecia, e também que conseguiu confundi-lo com outro logo respondeu:
- Não! Não sou Timóteo, meu nome é Máximus. Quem é você e quem é Timóteo, não conheço ninguém com esse nome aqui!
Os dois conversaram muito e Máximus descobriu que aquele bichinho era uma de cigarra que ainda não havia saído da terra, já fazia pelo menos uns 15 anos que ela estava ali enterrada. Tanto tempo que chegou a conhecer os pais de Máximus. Timóteo era o pai dele.
- Agora que voe já sabe com quem te confundi deve estar muito curioso para saber sobre seus pais. Mas infelizmente também não sei deles, há alguns anos aconteceu uma grande queimada aqui, depois disso nunca mais soubemos deles. Eu nem sabia que você existia!! Na verdade meu caro, sua espécie está em extinção, não se vê mais tatus da sua espécie em qualquer lugar.
Neste dia Máximus ficou muito triste por não saber sobre seus pais, e por descobrir que está em extinção. Mas com o tempo percebeu que muitos animais vivem assim como ele e então foi esquecendo isso. Alba e Cecília também ajudavam bastante colocando Máximus em tantas confusões que em pouco tempo nem pensava mais nisso.

Num dia estavam os três conversando na toca do tatu, falavam sobre o quanto cada um conseguia cavar. Sempre competiam para ver quem chegava primeiro em algum lugar, quem achava primeiro alguma árvore, e diversas outras coisas. Sempre quem ganhava era o Máximus, mas mesmo assim eles continuavam brincando.

Máximus adorava contar as coisas que ouvia dos outros animais para as duas e eles se divertiam muito. Máximus sabia de muitos segredos.

- Sabem o cachorro vinagre? Outro dia escutei quando ele estava cavando aqui perto. Ele achou um monte de comida enterrada que um cachorro do mato que já não mora aqui deixou lá. De vez enquanto ele vem ali pega alguma coisa e faz o maior charme pra namoradinha dele falando que demorou horas para achar aquilo para ela. Pensei de pregar uma peça nele o que vocês acham?
A Alba foi a primeira a topar com o plano.
-Vamos sim!
E claro que Cecília já estava tramando o plano todo.
- Agente pode tirar os ossos e colocar outras coisas lá.

E era sempre assim, pregavam diversas peças em todos os animais das redondezas. 

domingo, 18 de setembro de 2011

O contador de histórias- o filme


Vejam até nosso próximo encontro!

sábado, 17 de setembro de 2011

Ornitorrinco, versão 2 com contribuição da Ana Paula (em vermelho)

Olá, vou contar uma história diferente, que se passa em um lugar diferente, com plantas diferentes e com personagens diferentes. Essa é a minha história, a história de um ornitorrinco. Provavelmente vocês não devem me conhecer, normal, não sou famoso como os leões africanos e os ursos americanos, eu sou da Oceania, sabe onde é? Acho que não, estão vamos começar nossa historia daí.
Na longínqua Austrália, na Oceania, bom ela fica perto... Ali do lado da..., é melhor eu mostra no mapa. Na região onde moro, o clima é assim como o do Brasil, uma enorme floresta fechada com arvores alta e temperatura muito quente. Nesse lugar bem simpático, em minha opinião, começa minha história, mas como eu disse, ela começa de um jeito diferente, geralmente, as historias que vocês ouvem começa num lindo dia, o meu começa na pior tempestade que a Austrália já encarou. Nesse dia minha mamis, dona Ornitorrinca, se ausentou do ninho, na beira do rio, onde eu e meu irmão estávamos, porém eu e meu irmão não ficamos no ninho, com o vento e a chuva fomos jogados corredeira a baixo, com a turbulência do rio, fomos separados. Eu desci a corredeira a baixo e desviei das pedras e galhos, como um milagre, por fim algo me parou...Era quente e peludo, como minha mãe....mas não era minha mãe! Era um bicho grande (ou será que parecia grande porque era mairo que eu?) e me segurou bem firme. Em terra firme, molhado e tossindo, vi que meu irmão também havia sido resgatado e estava a se espanar todo para tirar o excesso de água, como eu. Meu coração parecia um tambor maluco! Aos poucos, enquanto eu me desassustava, comecei a reparar nos heróis que nos salvaram, ao meu irmão e a mim. E eles também estavam a reparar em nós dois, e diziam: "Que bichos esquisitos são esses?"(A vozinha deles era de criança, pensei, este bichão ainda vao crescer mais!). Daí o primeiro deles, o que salvou meu irmão e possuía uma bico disse: "É uma ave, Cangu, veja o bico". (Cangu será diminutivo de quê?, pensei eu). "Ah, que nada, se fosse ave tinha pena, mas tem pêlos, como euzinho! Repara só!" (continue Pedro!)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Esta sacola contém uma história....(idéia da Ana Paula/aluna)

A Ana Paula teve uma idéia linda, de arrasar. Confeccionarmos uma sacola/bolsa para carregarmos os apetrechos da contação de histórias, e do lado de fora deixarmos escrito a provocação "Esta sacola contém uma história". Mas que história caberia em uma sacola? A limitação do espaço parece ser um ingrediente a mais nesse caso, afinal o que seria mais aceitável, carregarmos na sacola uma história sobre formigas ou uma história sobre baleias? Como o inusitado pode ser um deflagrador da curiosidade, talvez fosse "esperto" investirmos no absurdo. Vamos falar de baleias? E uma baleia cabe dentro de uma sacola? Que tamanho seria a sacola se quiséssemos e pudéssemos carregar uma baleia? Então imaginem a cena, a Ana Paula chega com a sacola, que parece cheia. E pergunta se a meninada leu que a sacola traz uma história dentro. Provoca com a ideia do quanto de história caberia ali. Seria então uma história "curta"? Ou poderia ser uma história longa com personagens pequenos? Daí ela diria que o melhor jeito de saber seria abrir a sacola e começar a tirar o que estivesse dentro. Ela abre a sacola e tira uma....mamadeira! E a história começa....(Ana Paula, tente continuar daí...)

"Uma mamadeira! Que personagens estarão na nossa história que possam usar uma mamadeira? As formigas são pequenas, cabem na nossa sacola...Mas formiga mama? Um passarinho é pequeno, cabe na sacola, mas passarinho mama? Quem pode então estar nesta sacola? Vamos dar uma espiada e ver se achamos outra pista...."


domingo, 4 de setembro de 2011

História da Raphaela


Um barulho incrível em Gáudio! A grande descoberta de Belinha.

Era uma vez, um dia lindo cheio de vida e cor, com sabor pra todos os gostos, na cidade de Gáudio! Lá viviam desde pássaros a tucunarés. As ruas tinham som de música clássica, mas com danças em todos os estilos. Uma mistura de tudo o que é tipo de alegria. Sem noite fria nem dia quente. Um equilíbrio perfeito para os moradores de Gáudio. Seria graça demais, para aqueles? Como pode existir um lugar tão maravilhoso? Talvez fosse só um sonho? Mas quem é o dono deste sonho? Bom, como não sei vou continuar a inventar!
Gáudio era sempre assim:  rua de flor amarela, rua de flor rosa. Rua de flor, laranja, rua de flor vermelha. Havia uma família de pássaros em cada árvore. E em cada casa possuía um par de animais de espécies diferentes. Na da Ana, tinha um casal lindo de porquinhos da índia, na do André, havia um par de coelhos, na da Onofra, um casal de gatinhos, branquinhos e fofinhos. E em todas as casas podia-se aprender um pouco sobre natureza.
Certa vez, uma garotinha chamada Belinha que morava na rua de cor laranja, e que tinha um par de jabotis, resolveu dar uma volta em seu bairro com sua bike nova (que havia ganhado em seu aniversário no mês passado). Ela andou, andou e andou, até cansar as pernas e não conseguir mais subir e descer os morros de Gáudio. Então, belinha quase já sem fôlego e com muita sede, parou no lago da dona Jandira (uma charmosa jacaré). Meio sem jeito, devido às canseiras das pedaladas, sussurrou por Jandira.
- Jaandííííííííra. Oh dona Jandííra posso beber um pouquinho da sua água?
Jandira, sem hesitar-se, levantou sua cabeça cautelosamente, e disse:
- Claro belinha, mas cuidado não fica ai perto desse canto não.
-Uai, porque dona Jandira?
-É que botei meus ovos ai, estou aguardando eles me chamarem para que eu possa ajudá-los a nascerem.
-Dooonaaa Jaaanrííííraaa, a senhora está esperando filhotinhos, que lindo! Mas espera ai, a senhora disse que eles iriam te chamar? Dona Jandira, ovos não falam. A senhora tá ficando velinha já né, dona Jandira. Tadinha, tá ficando “lélézinha da cuca”.
- Oh, sua menina, tenha mais respeito com os mais velhos. Eu num to ficando “lélé da cuca” não. Meus filhotes me chamam quando estão pra sair da casca, e eu vou pra ajudá-los. Foi assim e sempre será assim que meus bebezinhos nascerão. Uma forma que nossa espécie encontrou para  se adaptar a tantas modificações do mundo de hoje. Fique você sabendo que funciona, tá.
-Mas dona Jandira, como eles te chamam?
- É simples, eles fazem ziiipppiiiiiziiiippppp três vezes ai eu sei que são eles, e vou ajudá-los a saírem da casca.
- Mas são só as mãezinhas que ouvem? Será dona Jandira, que eu também consigo ouvir?
- Se você prestar bastante atenção é possível!
Belinha então ficou com aquela ânsia de ouvir o som incrível dos filhotinhos de Jandira. Será que Belinha vai ouvir?
Então, aproximando-se dos ovos, passa a passo, belinha se abaixou cautelosamente com o desejo de ouvir o barulho. E...
- Nossa, que sinfonia! Dona Jandiiiiiiiiira, venha logo eles estão te chamando! Eu estou ouvindo.
Belinha ficou tão encantada com a descoberta que contou a todos da sua cidade o havia acontecido. 

sábado, 3 de setembro de 2011

Biografia de um ornitorrinco, parte 1 (Pedro)

Olá, vou contar uma história diferente, que se passa em um lugar diferente, com plantas diferentes e com personagens diferentes. Essa é a minha história, a história de um ornitorrinco. Provavelmente vocês não devem me conhecer, normal, não sou famoso como os leões africanos e os ursos americanos, eu sou da Oceania, sabe onde é? Acho que não, estão vamos começar nossa historia daí.
Na longínqua Austrália, na Oceania, terra de climas variados, maior parte seco e quente, porem, na região onde moro, o clima é tropical, assim como o do Brasil, uma enorme floresta densa com arvores alta e temperatura muito quente e úmida. Nesse lugar bem simpático, em minha opinião, começa minha história, não a da minha vida (continua)

Pedro: leia em voz alta, repare se esse Ornittorrinco não tá formal demais? Quase vejo enquanto leio um bicho de gravata e paletó! O que vocês acham, meninos? A parte em azul eu achei que pode simplificar.E o que vai acontecer com este Ornitorrinco?  

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Que silêncio......

Onde estão as histórias de vocês? 

Era uma vez da Ana Paula, parte 1

Era uma vez uma moça cheia de ideias. Ela vivia na cidade grande e resolveu mudar-se com a família para uma cidade menor. "Uma cidade menor, para viver melhor", dizia ela divertindo-se com a rima! Certo dia, na cidadezinha em que foi morar, ela escutou uns gritos vindos da rua: "Verrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrdura, Verrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrdura frrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrresquinha! Verrrrrrrrrrrrrrrdura, verrrrrrrdura fresquinha na sua porta!". Ela nunca tinha visto nada nada igual e foi ver quem fazia a tal oferrrrrrrrrrrrrrrta. Quando abriu a porta de casa seus olhos saltaram de espanto. Havia um homem com um carrinho que parecia uma floresta móvel de tão verde! Tinha de tudo: chicória, alface lisa, alface crespa, alface roxa, almeirão, rúcula, espinafre, brocólis, couve-flor, manjericão, cebolinha, salsinha e até hortelã, cheirosa como ela nunca havia visto! "Tudo plantado e colhido por mim, na minha horta", disse o moço enquanto ajeitava com as mãos a floresta. Encantada a moça saiu escolhendo. "Quero este, aquele também, mais um maço deste aqui, hummm, cheiro bom, quanto é, humm, que delícia!". Mais emoção na hora do almoço, quando a moça foi preparar a salada. As folhas da verdura era firmes, muito verdes e....."Ai meu Deus", disse a moça, "o que é isso aqui, ai, ai, é uma lesminha!". Nunca na cidade grande a moça havia encontrado um bichinho enquanto preparava sua salada! Isso porque na cidade grande, as verduras eram todas hidropônicas ou orgânicas. Cultivadas na água ou usando venenos....Mas será que estas verduras não eram saudáveis? Tão bonitas, mas com bichos?   

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Verdade e versões

Quando pensamos no conteúdo das histórias, nossa dimensão mais racional, aquela enamorada do método científico e do fazer ciência, questiona a possibilidade de comprovação das informações prestadas. Há em nós um sensor que nos policia e censura quanto a veracidade dos fatos. Mas o que é verdade na ciência? Verdade é aquele jeito de compreender os fatos que certo grupo de cientistas acredita e defende, considerando a existência de outros pesquisadores com opiniões levemente ou diametralmente divergentes sobre o mesmo fato. O que faz a verdade de um grupo se sobrepor as verdades dos outros vai de poder político á número de adeptos e disseminadores da ideia. Sei que este jeito de ver a ciência pode desanimar alguns, mais necessitados de uma alicerce teórico universalmente aceito, comprovado e sólido. Mas não podemos esquecer que a ciência é campo de contradições e que unanimidades devem disparar nossa desconfiança. E o que isso tem a ver com nosso curso de histórias? Não devemos "cuidar" da veracidade das histórias que contamos? Penso que o mais saudável para o processo de criar e contar histórias fosse assumirmos que trabalharemos com versões e não verdades. Se a nossa versão constitui uma verdade, sendo a versão mais aceita não nos interessa. O que nos interessa então? Interessa-nos contar histórias que envolvem a ciência em suas múltiplas dimensões, de maneira a despertar a curiosidade das pessoas para o conhecimento. A ficção nos permite a aventura de transitar pelas muitas versões da ciência. Como nas palavras do FANTÁSTICO  Manoel de Barros:

A ciência pode classificar e nomear os órgãos de um sabiá
Mas não pode medir seus encantos.
A ciência não pode calcular quantos cavalos de força existem nos encantos de um sabiá.
Quem acumula muita informação perde o condão de adivinhar: divinare.
Os sabiás divinam.